quarta-feira, 27 de julho de 2011

Carteirismos em tempo de Verão

Carteiro por uma semana. Ah pois é, esta semana sou o carteiro cá da vila. E tem sido uma experiência interessante mas esgotante. Entre cartas, postais, encomendas, correios registados, cobranças e avisos de recepção o suor tem abundado tal como o calor, claro está. Uma rua aqui outra acolá, uma porta além um número fantasma já, esta morada agora? Mas já tinha passado. Enfim...tem sido um stress destressado, faltam dois dias e quando acabar é que já sei a maioria as taras e manias da distribuição postal da minha vila do coração.
Mas até que o final chegue ainda há muito chão para palmejar, muito correio para distribuir e muita água para beber. Se algum correio ficou no sítio errado ficam aqui as minhas desculpas a quem tenha sido lesado. 
Mas no meio de tanta carta sempre há tempo para ver e estar com alguns daqueles que me são mais queridos entre mergulhos e uns grelhados. E que bem que sabe...aos que estão longe e só verei em Setembro mando daqui para aí um beijo e abraços.
E assim se vai colorindo o Verão...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dias com o nome Pediatria

Há pouco estava a lembrar-me do meu último estágio, no serviço de Pediatria. De como as crianças, apesar da doença, me deram tanto si com simplicidade e sem segundos interesses. Mostrando-me em cada dia que são muito mais fortes que qualquer adulto, ao enfrentarem situações dolorosas com um sorriso na cara e  brinquedo na mão. Pergunto-me como cada um estará agora.
Naquelas seis semanas levaram-me para um mundo de onde eu já tinha partido há algum tempo, redescobri o que é se criança sendo-se já adulto, fazendo-me pequeno com cada um deles cresci. Obrigado. Guardo no meu coração cada um com que me cruzei, especialmente alguns que me marcaram, guardo as suas vidas que se cruzaram com a minha, mas sobretudo os seus sorrisos no meio da adversidade. 
Sorrisos que valem ouro, que valem a pena, que valem ser enfermeiro.
Posto isto partilho um poema que li várias vezes durante o estágio de Pediatria e que de certa forma me inspirou.
"Olha-me rindo uma criança
E na minha alma madrugou.
Tenho razão, tenho esperança
Tenho o que nunca me bastou.

Bem sei . Tudo isto é um sorriso
Que é nem sequer um sorriso meu.
Mas para meu não o preciso
Basta-me ser de quem mo deu.

Breve momento em que um olhar
Sorriu ao certo para mim...
És a memória de um lugar,
Onde já fui feliz assim."
Fernando Pessoa

domingo, 17 de julho de 2011

Passo de mágico

Hoje com alguns amigos fui até ao Montijo a fim de assistir ao último filme da saga Harry Potter, que tanto encantou a minha adolescência principalmente através dos livros.
Para ser sincero dos livros recordo só os traços gerais, os pormenores nem por isso. Já deste último filme foram vários os pormenores que me chamaram a atenção.
Para quem não sabe neste filme Harry Potter fica com a varinha mágica mais poderosa do mundo da feitiçaria, e Ron muito entusiasmado pergunta o que vão fazer já que agora têm todo o poder nas mãos. Por sua vez Harry não adoptando a visão de Ron parte a varinha e lança-a para um penhasco.

Fortissima a mensagem que esta cena nos deixa. O desprendimento do poder absoluto, o sair de si mesmo e deixar de parte os beneficios que aquele bem material lhe podia dar. Num passo de mágico podemos transpor a cena da fantasia para a verdadeira realidade das nossas vidas. Quantas vezes sou eu capaz de abdicar dos meus "poderes" em favor do bem comum? Serei eu capaz de quebrar com as "varinhas mágicas" que me dão segurança e poder na minha vida?

É uma questão de escolher com o que é que queremos preencher os espaços da nossa vida. Se preenchermos a nossa vida com arrogâncias e prepotências se calhar não haverá espaço para o altruísmo e humildade. É tudo uma questão de arrumação e de rupturas de varinhas.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dar nome


O desconhecido, incógnito, sem nome é tantas vezes motivo de medo e falta de esperança.
Não conhecer aquilo que fui, sou e quero ser é viver em escuridão e abismo.
É preciso adjectivar, caracterizar, reflectir, praguejar, motivar, designar, dar cor, dar nome aos meus dias.

Partindo do inominável darei nome.